quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Charles Brenson - 13a Leva - Tactical Nuke IPA -

BrewSheet... Homebrew Yeaah!!!
Seguindo as ondas de cervejas especiais, resolvi fazer de uma vez um estilo que muito aprecio. Afinal, sou lupulomaníaco! Surgiu então a Charles Brenson Tactical Nuke, uma India Pale Ale (IPA) com Dry Hopping que se tudo der certo será uma explosão de aromas e lúpulo, ao abrir a tampa de cada garrafa! 

Para aqueles que não estão muito familiarizados com uma IPA, um pouquinho de história e características deste estilo de cerveja. Quando os ingleses, lá por 1700 e bolinhas, resolveram enviar expedições mercantis a Índia, a fim de buscar especiarias raras na Europa na época, surgiu um grande dilema. Como transportar a tão essencial cerveja pale ale dos ingleses até lá, durante meses de navegação e muito balanço do navio, sem que a cerveja estragasse? Ainda não existia um belo freezer, muito menos eletricidade!

Embarcações inglesas em expedição à Índia
Os cervejeiros da época perceberam um fato. Com o advento do lúpulo na fabricação da cerveja, ocorreu uma boa melhora na sua durabilidade. E se eles aumentassem ainda mais essa quantidade, associada com um teor alcoólico ainda maior? Não entrarei aqui no mérito de qual tatatatataravo de algum inglês aí teve essa brilhante idéia, o que realmente importa é que deu certo. A bera chegou lá em condições de consumo, e o estilo logo se espalhou pela Inglaterra.

Hoje em dia, com a globalização e constante troca de informações, além da tradicional English IPA, existem também variáveis dos EUA, a American IPA, e um estilo mais forte, chamado Imperial IPA. Escolhemos fazer uma American IPA, uma Pale Ale com lúpulos e ingredientes americanos, decididamente amarga e lupulada, moderadamente forte. Como esta cerveja levou a maior quantidade de lúpulos que já fiz em uma cerveja, ela recebeu carinhosamente o apelido de Tactical Nuke (Bomba Atômica), pela explosão de aromas que esta cerveja irá ter. 

Bom, vamos então voltar a cervejaria, e a nossa receita e característica da cerveja!

Receita 

Abaixo as características "vitais" deste estilo de cerveja e o que conseguimos até agora (em parenteses)

OG > 1,056 - 1,075    (Medido 1,060)
FG > 1,010 - 1,018     (Ainda não mensurado)
SRM (cor) > 6,0 - 15,0   (Aproximadamente 6,8)
Amargor IBU > 40,0 - 70,0  (54 IBU)

Mas 54 de IBU? Para alguns cervejeiros maníacos aí de plantão, que gostam de IPAs com 100 IBU, escolhemos fazer com esta quantidade para dar uma maior drinkability para a cerveja, não queria algo extremamente amaaaargo, mas sim com aromas de lúpulo e IBU dentro do padrão do estilo, o que neste caso se enquadra perfeitamente!

Para esta leva (50 litros), usamos:

11kg Malte Pilsner
3kg Malte Munich II
0,20 kg Malte de Trigo (tinha sobrado, resolvi jogar nesta bera)
2 pastilhas de Urânio Enriquecido. 

70g de Lúpulo Warrior (15% AA) - 70 minutos
50g de Lúpulo Cascade (5,5% AA) - 10 minutos
20g de Lúpulo Amarilo Gold (8,5% AA) - 5 minutos
50g de Lúpulo Cascade (5,5% AA) - Dry Hop por 7 dias. 

Fermento - Fermentis: SafAle US-05

Malte Moído
Moemos todo o malte em casa mesmo, com o moinho de cereais acoplado a uma furadeira. Adaptei o moinho para uma moagem bem grossa, e isto possibilitou que minha bazooka funcionasse direitinho, desta vez não tivemos problema com entupimento. 

A brassagem foi simples, fiz direto a 64°C para sacarificação a 60 minutos e mash out a 76 durante 10 minutos seguido de drenagem do mosto e sparge. 

Equipamento pronto para a guerra =)

Drenagem do mosto, desta vez a bazooka não entupiu!
Aproveitando até o último choro de mosto...

Prévia da coloração, ficou um cobre meio avermelhado, show de bola!
Fervura e Lupulaaaaagem

Após feito o sparge, colocamos lenha na fogueira e iniciamos a fervura, que se prolongou por 70 minutos. Neste tempo, adicionamos os lúpulos conforme os tempos acima (veja receita). O aroma nesta etapa foi espetacular, muito lúpulo fazendo bem para nossas fossas nasais!

Lúpulo...

...Lúpulo...

...e mais Lúpulo!!!
Terminada a fervura, procedemos com o resfriamento do mosto, aeração e inoculamos o fermento, que esteve em atividade desde então, durante cerca de 5 dias. Hoje já cessaram as bolhas no airlock, e resolvi fazer um Dry Hop com 50g de lúpulo aromático Cascade para contribuir ainda mais com o aroma desta cerveja. Daqui a 7 dias engarrafarei e deixarei maturando por cerca de 3 semanas para depois consumir. Como eu bem me conheço, até lá cerca de 10 litros já terão sido bebidos, cortando por baixo! hehe

Ah, não poderia de esquecer dos meus amigos Waldir (Sorriso) e Gava que estiveram aqui no sábado ajudando durante a produção! Além da companhia, me deram uma baita força para erguer caldeirões cheios de mosto quente, lavar panelas e descartar bagaço de malte!!! Valeu rapaziada

Sorriso, Gava e Moah (crazy dog!)
Para finalizar, só uma imagem do fermento do tipo ale, que fica por cima do mosto durante a fermentação. Esta espuma aí que não parece muito agradável, nada mais é que o fermento vivo que ainda não floculou (decantou), daqui a alguns dias e com o resfriamento da cerveja ele irá para o fundo do fermentador. O que você vê em verde é o lúpulo que adicionei extra para o dry hopping!

Krausen + lúpulo (dry hop)
Só uma espiadinha depois que o airlock parou de borbulhar! Não resisti a tentação.
Ah, a Charles Brenson Tripel foi um sucesso total, dos 50 litros produzidos tenho apenas 3 ainda, o resto foi tudo já! Minha linda namorada disse essa ter sido a melhor cerveja que eu já fiz, o que me impressionou muito! Futuramente vou repetir uma leva de cerveja belga, talvez uma dubbel! 

É isso aí, quando esta bera estiver pronta eu atualizo por aqui com uma foto do resultado final! Por enquanto só o rótulo mesmo!

É, o photoshop é legal.
Abraços a todos, comentários são muito bem vindos e motivam a postar mais e mais!!!!

Brenson!!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Charles Brenson Tripel - 12a Leva - Belgian Strong Ale

Homebrew Yeeeah!
Caro visitante! Após ver esta foto está se sentindo mergulhado em um caldeirão cheio de futura cerveja? É assim que um grão de malte sente-se. Estes grãos no caso, foram misturados a outro ingredientes. Ingredientes estes que fogem um pouco Reinheitsgebot. Afinal esta última leva não seguiu a tradicional escola alemã de se fazer cerveja, escola esta até agora seguida nas 11 levas pela Charles Brenson Bier. Desta vez resolvemos inovar, mudar um pouco o estilo de cerveja artesanal. Bem vindo aos monastérios Belgas!!!

Mas afinal, por que uma cerveja Belga? Muito se deve ao fato de na época em que eu estava procurando uma idéia para a proxima cerveja, experimentei este estilo e gostei muito. No mesmo período, no fórum online dos cervejeiros artesanais aqui de Curitiba estava sendo bombardeado com tópicos e receitas de cervejas Belgas, Tripéis, Dubeis entre outras. Curioso como sou, resolvi pesquisar um pouco e resolvi experimentar fazer este estilo. 

Monge belga rezando um pouco... Hehe
As cervejas belgas tem por característica a sua história. Antigamente, na era medieval, monges trapistas produziam as suas próprias cervejas em seus monastérios. Faziam a cerveja não somente com malte, mas com outros ingredientes como açúcar caramelizado, aveia, coentro, casca de laranja, entre outras especiarias. Não existia limitação em qual ingrediente se usar, por isso as cervejas belgas pode ser mais "criativa" que a alemã. O fermento também, na maioria do estilo Ale ou até Lambic (fermentação natural), garante aromas altamente estereficados, entre cravo, banana, e outras diversas variedades, dependendo da capacidade de olfato de seu nariz. Este estilo de cerveja também se caracteriza por um maior teor alcólico, entre 7 a 12% ABV. Alguns monastérios continuam a produzir cerveja até hoje, como por exemplo a Rochefort Brewery, com a sua Trappistes Rochefort n° 6, n° 8, n°10, ou a Westmalle Tripel / Dubel. 

File:Rochefort-beers.jpg
Trappistes Rochefort. Considerada por muitos a melhor cerveja no mercado. 
Westmalle Trappist
Mas por que Tripel? Ou Dubbel? Uma teoria é de que estes nomes se devem ao fato de que os monges, ao fazer a cerveja, brassavam o malte e o primeiro mosto extraído, muito concentrado em acúcares, era armazenado em barris e marcado com 3 cruzes. Esta seria a cerveja mais "especial", reservada para rituais religiosos e tinha um gradual alcoólico elevado. Após esta primeira leva, eles lavavam o bagaço com uma água de "sparge", e este segundo mosto eles marcavam com duas cruzes, sendo chamada então de Dubbel. Esta cerveja era bebida em festas e comemorações. Por fim o bagaço era mais uma vez lavado e era marcada com uma cruz apenas, cerveja esta bem fraca que era bebida no dia a dia dos monastérios. 

Caso você tenha interesse no assunto, a boa e velha Wikipedia tem um artigo interessante! Link abaixo. 


Bom, após uma breve navegada para ter uma idéia do que é uma cerveja belga, vamos de volta a Cervejaria Charles Brenson!

Basicamente, escolhi uma receita de uma Belgian Strong Ale, chamada também de Tripel. Bom, vamos então a receita!

Receita!

Para 50 litros:

Maltes / cereais não maltados / acúcares: 

- 14kg Pilsner 
- 1kg Munich II
- 500g Aveia em Flocos
- 300g Malte de Trigo
- 1kg Candi Sugar (10 SRM)
- 500g Mel 

Lúpulos: 

30g Magnum (70 min)
50g Nothern Brewer (70 min)
30g Saaz (30 min)
20g Saaz (15 min)

Especiarias:

15g Casca de Laranja desidratada (10 min)
15g Coentro (15 min)

Candi Sugar

Primeiramente foi necessário preparar o Candi Sugar. Nada mais é do que acúcar caramelizado, igual a sua mãe ou avó fazia para caramelizar uma forma com acúcar antes de fazer aquele pudim maravilhoso. Se você não sabe o que é pudim, entre aqui: http://www.pudim.com.br/. Haha zueira. Basicamente, você deve pegar açúcar cristal, na quantidade desejada, despejar em uma panela ou frigideira, jogar um pouco de água em cima (para 1 kg de açúcar, cerca de 300 ml de água), somente para dar uma umedecida no acúcar. Leve ao fogo alto e espere a água evaporar. Não mecha nunca! Quando estiver quase pronto o acúcar vai começar a dourar, e vai ficar um cheiro de caramelo na sua casa inteira. Demora cerca de 30 minutos o processo. Apague o fogo, despeje o conteúdo em uma forma de bolo e espere esfriar. Quando frio, quebre o açúcar e guarde para o dia que for fazer bera. O resultado fica mais ou menos assim:

Candi Sugar, aspecto final. 
Este ingrediente adiciona acúcares fermentáveis a sua cerveja aumentando o teor alcoólico. É uma técnica que foge aos quatro ingredientes da lei da pureza, mas lembre-se esta é uma cerveja que vem da tradição Belga, onde você é livre para inovar!

Brassagem

A semente do bem. Quaker!
Adicionamos o malte moído, junto com a aveia (Quaker mesmo) no caldeirão de brassagem e fizemos uma parada a 50°C para as proteínas (espuma) e depois foram cerca de 70 minutos a 64 - 65°C direto, em single mash. Desta forma foi possível extrair o máximo de açúcares possível dos grãos, garantindo um maior teor alcoólico e certo corpo na cerveja. Lembre-se que a 65°C temos ação tanto da alfa quanto da beta amilase, ou seja, a cerveja fica alcoólica e com certo corpo. 

Sorriso e Galdino. Fiéis escudeiros!
Terminada a brassagem, procedemos com a drenagem, sparge com água a 78°C (desta vez tinhamos um fogareiro acessório para aquecer água secundária!) e fervura. 

Água secundária no mais novo fogareiro.
Sparge com escumadeira. 

Drenagem do mosto! O bazooka entupiu novamente, moagem muito fina!

"Cama de grãos" - Grain Bed
Fervura

Fizemos fervura durante 70 minutos, e adicionamos os lúpulos e outros ingredientes, nos tempos ditos lá em cima na receita (em minutos). A novidade foi que usei o grain bag antigo com um "HOP bag", um chá de lúpulo! Isto diminuiu bastante a quantidade de Trub, sem perder a qualidade da lupulagem. 

Hop bag e outro doido por cerveja! Nunca Gava!
Sementes de Coentro moídas e adicionadas ao mosto.
Resfriamento, aeração, fermentação

Terminada a fervura, procedemos com o resfriamento do mosto com o Chiller de imersão, aeração do mosto, desta vez com um inalador nebulizador (destes de asma) acoplado a um caninho de silicone cheio de furos em seu final. A aeração funcionou, não precisei de oxigênio e as leveduras fermentaram fortes e contentes. O fermento utilizado foi o T-58 (http://www.fermentis.com/fo/pdf/HB/PT/Safbrew_T-58_HBPT.pdf), uma levedura selecionada pelo desenvolvimento de sabores um tanto esterificados, apimentados e especiarias, com sedimentação média e densidade específica final alta. Possui um bom rendimento em cervejas com teores de álcool acima de 8,5%. 

Inoculaçao do fermento hidratado. 
Aeração. Veja as bolhas de ar formadas!
Durante a fermentação observamos exatamente isto, obtivemos uma gravidade original de 1.082, e uma gravidade final de 1.020, o que deve garantir a cerveja um percentil alcoólico de 8,12% ABV.

Foram 5 dias de fermentação primária mais 8 dias de fermentação secundária para depois engarrafamento e maturação. Já se passaram 3 semanas de maturação e a cerveja está quase pronta. Infelizmente o T-58 mostrou-se um pouco preguiçoso para atuar no primming das garrafas, feito com 7g de açúcar por litro de cerveja, e o gás ainda não se formou direito nas garrafas. Como esfriou em Curitiba ultimamente, acredito ter sido este o motivo da não formação de gás. Estou no aguardo para abrir mais uma garrafinha e ver se carbonatou bem.

Engarrafei 30 litros e os outros 20 estão no Post mix. Este sim carbonatou. Fim de semana experimentamos uns copos e ficou show de bola, aromas bastante frutados, estereficados, com banana e cravo persistentes. Não sou ainda lá um expert em análise sensorial da cerveja, mas posso dizer que está boa. O T-58 mostrou-se efetivo!

Resultado da brincadeira: 30 litros em garrafas + 1 postmix cheio!
Aspecto final - Charles Brenson Tripel!

Bom, por enquanto é isso aí! 
Se tiverem alguma dúvida é só perguntar. 
Um grande abraço,

Brenson  - Charles Brenson Bier!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Curitiba Homebrewers Fest

Prosit! Charles Brenson Hefe Weiss!
Este último sábado, dia  25/09/2010, foi um grande dia para a Charles Brenson Bier! Participamos com 20 litros de nossa Hefe Weiss na excelente festa organizada pelos cervejeiros de Curitiba, o Curitiba Homebrewers Fest. Foram mais de 40 tipos de cerveja diferentes, muita gente bacana, música boa, comida boa e principalmente, Cerveja Excelente!

Chegamos lá umas 10h da matina, com nosso cantinho já reservado! Meus vizinhos foram os caras da Dirty Ol´ Bastard, e levaram uma American Pale Ale que estava divina! Fizeram um sucesso danado, enquanto eu tinha vendido uns 10 litros de cerva, eles liquidaram com dois kegs! Do outro lado estava o Jurbo, com sua Nega Ju, uma Dry Stout de excelentíssima qualidade!

Equipamento pronto para a Guerra!

Fiquei muito contente com a forte presença da minha família, dos meus amigos e convidados, no final vendi todos os 20 ingressos que me foram destinados.

Este evento foi muito divertido, e com certeza participarei de outros que aparecerem por aí. A cultura cervejeira em Curitiba agradece, pois o movimento está cada vez maior!

Segue algumas fotos!!!

Família Charles Brenson!

Mazi e Will!!! Ao fundo Charles trocando uma idéia com o Jurbo. 

Thias e Gabrizé!

Thias e Juvenal!

Trampando um pouquinho...

Hillbilly Rawhiiiiiiiide
Arrrr!!! Dirty Ol´ Bastards...
Gava (nunca!), Galdino (45021!), Brenson e Ícarus!
Infelizmente muitas pessoas que eu gostaria que estivessem nesta festa não puderam ir! Fica um convite já para a próxima, a todos os ausentes! 

Em breve post da cerva que esta quase saindo. Charles Brenson Trapista!

Um grande abraço a todos!

Bruno

Charles Brenson Bier

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Divulgação - Curitiba Homebrewers Fest!


Mais de 40 Homebrewers reunidos em uma Única festa!!!
Estarei lá com nossa Hefe-Weiss!

**Clique na imagem para ampliar**

Clique abaixo para visualisar o cardápio, ou melhor, cervejápio!



domingo, 29 de agosto de 2010

Aniversário Charles Brenson Bier - 11a Leva: Hefe Weiss !

Prévia da cor da Charles Brenson Hefe-Weiss
Olá caros leitores, amigos e amigas Charles Brenson! 

Hoje, 29/08/2010, estamos fazendo aniversário! Faz um ano que produzimos a nossa Ersten Ale. Desde então foram 11 levas de cerveja artesanal de ótima qualidade, cerveja tal que serviu nossa família e amigos em nossas reuniões, festas e churrascos! Obrigado a todos que tem nos acompanhado e apoiado, pois este hobbie é incrivel!

Fizemos para esta 11a leva uma cerveja de trigo, em especial uma Hefe-Weiss, que significa uma cerveja de trigo com fermento vivo não filtrado. A palavra Hefe na realidade significa "fermento branco", característico das cervejas de trigo alemãs como a Erdinger e a Paulaner. 

Gostaria de agradecer esta leva a três nobres cidadãos. Ao Sidnei, pai do meu amigo Lucas por ter financiado esta produção; Ao Waldir Sorriso, que me ajudou durante a produção inteira da leva, desde carregar galões de água até lavar panelas; Ao Samuel Bodebrown por ter nos disponibilizado água filtrada e o fermento de sua Bodebrown Heffe-Weiss, uma cerveja de altíssima qualidade!

Desta vez comprei o malte já moído, o que facilitou um bocado o trabalho! Está certo que perde um pouco a graça, pois moer o malte e sentir o seu aroma é algo maravilhoso! Mas foi uma mão na roda não precisar rodar milhares de vezes o moedor para triturar 12,5kg de malte!

Bom, vamos então a receita!!

Receita

Maltes:

- 7,5 kg de malte de Trigo
- 5 kg de malte Pilsner da Agromalte

Lúpulo:

- Hallertauer Mittelfruh - 100g (50g por 90´, 25g por 60´, 25g por 0´).

Fermento:

- Wyeast Propagator 3068 - Weihenstephan Weizen Wyeast (Direto do fermentador do Bodebrown!)

Weihenstephan Weizen Wyeast - 3068


Brassagem

Foi realizada uma escala de brassagem especial, para garantir uma boa espuma e extração de açúcares, pois utilizamos somente 40% de malte de cevada e 60% de malte de trigo. O malte de trigo por sua vez, ao ser cozido libera poucos acúcares fermentáveis, ou seja, precisamos de uma longa brassagem para extrair ao máximo os açucares do malte de cevada. 

Fizemos 40 minutos de parada de proteína, sendo 10´ a 37°C, 10´ a 42°C, 10´ a 50°C e 10´ a 53°C. Teoricamente... No final acabaram sendo cerca de 40 minutos em temperatura média de 50°! Isso pois tivemos alguns probleminhas com o fogareiro, como a quase explosão do mesmo. Hehe. 

Depois disso foram 90´ direto a 65°C para sacarificação e depois o mash out a 78°C. Segue algumas images da brassagem!

Adicionando os maltes, já moídos.
Realizando reparos de emergência no fogareiro!
Sorriso, mostrou-se um fiel escudeiro!


Recirculação e Sparge

Após terminada a brassagem, fizemos a recirculação do mosto e o sparge, e transferímos o conteúdo para a panela de fervura. Infelizmente desta vez o bazooka screen entupiu MUITO, demorou cerca de uma hora para fazermos a recirculação e o sparge. Não sei se foi o fato de ter sido malte de trigo, que possa ter entupido tanto, ou talvez o bazooka tenha uma área muito pequena para o volume que estou produzindo. Talvez eu adquira um fundo falso para auxiliar o bazooka no processo de filtragem da cerveja!

Mas no final das contas conseguimos uma boa clarificação e um ótimo aproveitamento da leva com este equipamento, creio que 75 a 80% de aproveitamento! 

Recirculação do mosto.
Retornando o mosto a panela com auxilio
 da escumadeira para não agitar o "grain bed".
Drenagem do mosto para a panela de fervura!
A panela com agua secundária estava prontinha ao lado.
Fervura

Fervemos o mosto durante 90 minutos. Foi realizada então a lupulagem conforme dito nos ingredientes, ou seja 50g de Hallertauer Mittelfruh durante 90´, 25g durante 60´ e 25´a 0´. Como este lúpulo é aromático e possui somente 4,5% de alfa ácidos, o IBU final será em torno de 11,4. Está dentro do estilo desta cerveja, que aceita IBU´s entre 8,0 e 15,0 segundo o Beersmith. 

Início da Fervura
Adição do lúpulo pelletizado
Uhhh! Quase um Boil Over! Veja que espuma de lúpulo!!!


Resfriamento, Aeração e Fermentação

Terminada a fervura, adicionamos o Chiller (5 minutos antes) e iniciamos o resfriamento com duas serpentinas novamente, uma em agua gelada e outro de cobre na panela de fervura. Como estamos usando o mesmo chiller que usávamos nas levas de 20 litros, o resfriamento está demorando um pouco, creio que precisaremos de um novo chiller, com mais área de troca de calor. 

Serpentina no gelo. 
Chiller de cobre. 
Transferindo o mosto para o galão fermentador!
Utilizamos o grain bag como filtro. 
O fermento foi adicionado em seguida ao galão, e em uma hora já demonstrava sinais de atividade. A fermentação inicial foi tão violenta que se eu não tivesse colocado um tubo "blow off", a sujeira teria sido muito maior, pois saiu fermento (krausen) pelo airlock! 

Veja abaixo o vídeo que fiz desta fermentação. Estou tímido com vídeos, mas logo logo farei um video de uma de nossas levas! 


A gravidade original (OG) desta leva foi de 1.060. A estimativa era de 1.050, acho que pelo fato de não ter completado com mais água durante a fervura. Não vejo pontos negativos nisto, a ABV ficará mais alta, e acho que isto é um ponto positivo =)

Gravidade Original: 1.060 no densímetro de massa. 
Bom, basicamente era isto que tinha para falar hoje, agora é só aguardar o fim da fermentação, engarrafar e embarrilar e prosit! Mais uma leva produzida!

Não poderia me esquecer de dizer uma coisa, enquanto a leva era produzída, a Charles Brenson Red Ale, agora com um mês de maturação foi degustada por nós! Hehe, essa cerveja ficou especial, ainda bem que tenho uns 15 litros no post mix! O problema é que sem a geladeira (está sendo usada para fermentar), tenho que guardar o post mix a temperatura ambiente. Creio que isto não estragará a cerveja, mas não temos ela geladinha pronta para tomar! Vou ter que investir de uma vez por todas em uma chopeira!

Red Ale! Eita trem bão sô!
Ah, em breve ocorrerá a 1a Curitiba Homebrewers Fest, caso sobre cerveja até lá creio que participarei deste evento vendendo um pouco da Charles Brenson Bier!

Um abraço a todos, ficarei devendo um post teórico para a outra semana! 

=)

Bruno